O custo do combustível tem um peso bastante elevado para os negócios, especialmente no setor agrícola e na indústria. Por essa razão, reajustes no preço do petróleo e do óleo diesel trazem impactos diretos à cadeia de distribuição desses setores.
O transporte é uma parte fundamental da logística e representa hoje uma das maiores despesas dos empreendedores. Em 2018, vimos, por exemplo, como o episódio da crise gerada em torno dos preços dos combustíveis e a consequente paralisação dos caminhoneiros trouxeram efeitos muito negativos para a economia brasileira.
Quando falamos em cadeia de distribuição, estamos nos referindo a todas as operações de movimentação e entrega que têm o objetivo de suprir os pontos de venda após o processo de produção. O aumento do valor do petróleo, portanto, repercute de modo imediato nos transportes, pois ele alimenta, em maior ou menor proporção, toda a produção de bens e serviços no país.
Quais fatores definem o custo do consumo de combustível
Os impactos do preço dos combustíveis na cadeia de distribuição podem ser visíveis tanto nos custos de uma lavoura quanto em uma fábrica. A alta do petróleo causa sérios desdobramento para a produção agrícola, o transporte de grãos e de carga de forma geral. Um estudo do grupo de pesquisa Esalq/LOG mostrou como isso se deu no período de janeiro de 2017 a maio de 2018.
É importante observar, em primeiro lugar, que o custo do combustível depende de uma série de fatores: distância percorrida, rendimento do consumo e preço do combustível. A partir dessa definição, é possível estabelecer algumas relações. A primeira é que, quanto maior a distância, maiores serão os gastos. Da mesma forma, quanto maior o rendimento, menor será a despesa – ou seja, rotas de boa qualidade apresentam custos menores.
Porém, como era de se esperar, o terceiro e último fator é aquele que diz respeito ao valor propriamente dito: quanto mais caro o óleo diesel ou a gasolina, mais elevado será o gasto com o consumo de combustível e maior o impacto na cadeia de distribuição.
De que forma o preço dos combustíveis influencia a logística
Durante o período da pesquisa da Esalq/LOG, observou-se que os impactos do reajuste do preço do petróleo trouxeram um aumento de custos significativo para a logística. De acordo com o grupo, apenas no estado do Mato Grosso, a cada mil toneladas de grãos produzidos, R$ 9 milhões foram gastos a mais nas despesas totais de produção.
O reajuste do óleo diesel afeta inevitavelmente a cadeia de distribuição, aumentando o custo do transporte rodoviário. Isso decorre de forma distinta para transportadoras e para autônomos. No primeiro caso, há contratos formais estabelecidos e a elevação já é repassada automaticamente no preço do frete.
Isso pode ocorrer como repasse ao consumidor, isto é, aumento do valor final do produto (basta pensar no preço dos alimentos, por exemplo); ou como repasse ao produtor. O segundo cenário é o mais comum no mercado agrícola. E vale observar que, com a alta do custo de combustível, o produtor tem a sua receita reduzida não apenas em função do transporte de grãos, mas também em razão da utilização de maquinário na propriedade.
No caso dos autônomos (que representam 50% da frota no Brasil), não há contrato formal e, por isso, eles não possuem “força” para repassar o reajuste aos embarcadores. Isso significa que eles absorvem esse aumento de custo na sua própria estrutura – esse foi o estopim da paralisação que tivemos em 2018.
Como no Brasil possuímos uma grande produção agrícola e essas cargas precisam ser movimentadas, os gastos com transporte e armazenagem são significativos, representando a maior despesa do setor. O custo estimado da logística para o agronegócio foi de aproximadamente R$ 120 bilhões em 2017. Desses, R$ 105 bilhões foram gastos com transporte e outros R$ 15 bilhões com armazenagem.
Consequências para a cadeia de distribuição e a economia
Embora seja difícil quantificar exatamente como se dá a transmissão dos reajustes dos combustíveis na cadeia de distribuição, sabe-se que eles se pulverizam e contribuem de forma intensa para que esses gastos sejam tão elevados.
De acordo com a Esalq/LOG, em 2017, em uma rota de mil km, a parcela de gastos com combustível representou uma média 38% da despesa total com transportes. Esse é o item com maior representatividade nos custos da cadeia de distribuição.
A alta do combustível interfere também negativamente na estrutura de custos do país e na competitividade do produto brasileiro focado na exportação. A logística é mais cara no Brasil do que nos outros países. E isso não se dá em razão de despesas com transporte marítimo, mas, sim, especificamente com o transporte rodoviário interno.
Como toda a cadeia de distribuição no país é baseada predominantemente em caminhões e veículos abastecidos com diesel ou gasolina, o custo do consumo de combustível traz também efeitos sistêmicos nos custos dos bens e serviços e sérios danos à economia.
Além de reduzir a competitividade do que é exportado, o repasse do aumento da produção ao consumidor resulta, por exemplo, na elevação da inflação no país. No entanto, enquanto os efeitos são percebidos imediatamente na cadeia de distribuição, na economia como um todo, o impacto se dá por contágio. Contudo, embora não sejam imediatas, as consequências são graves e sentidas ao longo do tempo, estando relacionadas também à crise que vivemos atualmente.
Controle de frota e de combustível é essencial para otimizar custos
Mesmo em um momento de expectativas positivas em relação à economia, ainda é incerto o efeito que isso terá para a gestão logística dos negócios, especialmente no que diz respeito aos preços dos combustíveis, que são influenciados por uma série de fatores internos e externos.
Por esta razão, o empreendedor que deseja otimizar e reduzir custos com transporte, precisa garantir que seu consumo esteja realmente otimizado, gerando o maior rendimento a partir de cada gota de combustível. Isso passa pelo gerenciamento da frota por meio de tecnologia, prevenção a fraudes ou falhas técnicas e por análise de dados que permitam entender todas as características sobre o uso do Diesel por caminhões e máquinas agrícolas.
Se este é um desafio para o negócio, conheça o SAAF, solução que permite economia e aprimoramento da gestão de combustível!