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20 de novembro de 2018

Indústria 4.0: o que é e o que representa para o setor

Se entre os séculos 18 e 19, a Revolução Industrial mudou completamente a vida das pessoas, atualmente assistimos a outra grande transformação. A chamada “revolução tecnológica” vem alterando não apenas o modo como as pessoas acessam à informação e se relacionam entre si, mas também as formas de produção. Podemos dizer que a era da Internet deu origem também à Indústria 4.0.

No passado, a mecanização da indústria, as novas formas de geração de energia e a inovação nos meios de transporte representaram um grande passo em direção ao desenvolvimento. Hoje, por outro lado, a Web, a inteligência artificial e a conectividade possibilitam a automatização dos processos e trazem muito mais eficiência às operações do setor industrial.

É nesse contexto que se enquadra a chamada Indústria 4.0, fenômeno que envolve tanto a manufatura quanto o setor de transportes e de energia. Neste artigo, vamos procurar definir e entender esse conceito, as suas tendências e impactos para o setor.

O que é a Indústria 4.0

A ideia de Indústria 4.0 (ou “quarta revolução industrial”) surgiu durante a Feira de Hannover, no ano de 2011. Promovido pelo governo da Alemanha juntamente com empresas de tecnologia e centros de pesquisa, o projeto representa uma enorme mudança de paradigma quanto à operação das fábricas na atualidade e no futuro.

Essa transformação tecnológica significa a automatização e a completa descentralização do controle dos processos produtivos. Isso será possível graças ao desenvolvimento e ao uso de dispositivos inteligentes interconectados em todas as etapas da cadeia – da produção à logística.

A Indústria 4.0 abrange, portanto, a proliferação e a adoção gradual de diversas tecnologias de automação industrial e a digitalização das informações e da comunicação entre os vários “atores” envolvidos: máquinas, produtos e pessoas. Em outras palavras, trata-se de implementar a Internet das Coisas no setor industrial e de elevar a automação à sua máxima potência.

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Esse cenário não se aplica apenas à parte operacional – com o desenvolvimento da robótica –, mas também à análise e ao intercâmbio de informações. Sendo assim, a troca de dados entre os sistemas e dispositivos também estará garantida. Ela será consequência da padronização técnica da comunicação e da segurança – um pressuposto da Indústria 4.0.

Pilares e princípios da Indústria 4.0

Esse processo de mudança irá possibilitar a geração de ambientes de produção flexíveis e facilmente ajustáveis à demanda por itens cada vez mais específicos. Desse modo, a operação da indústria se tornará cada vez mais inteligente, mais precisa e mais eficiente.

Ao longo do desenvolvimento do conceito de Indústria 4.0, foram estabelecidos alguns princípios que devem caracterizar essa transição. Entre eles, a capacidade de coletar e analisar dados de forma instantânea, a possibilidade de gestão remota, a descentralização da tomada de decisão e a interoperabilidade que permite que os sistemas e as máquinas se comuniquem de forma autônoma entre si. Isso será possível graças a soluções de Internet das Coisas, Big Data, inteligência artificial, computação em nuvem e segurança do trabalho.

Embora, assim como a Revolução Industrial, as transformações promovidas pela Indústria 4.0 sejam lentas e graduais, atualmente já estamos presenciando o surgimento de recursos tecnológicos fundamentais para essa evolução. É o caso, por exemplo, dos softwares de gestão que conectam todos os dados relativos à operação ou de sistemas de automação como o SAAF (Sistema Automatizado de Abastecimento de Frotas), que otimiza o transporte – um ponto específico e essencial da cadeia.

Evolução depende de mudança de visão e de investimento

Acredita-se que o impacto da Indústria 4.0 na produtividade do setor será comparável aos efeitos da Internet em vários campos, como na comunicação, nos serviços e transações bancários e no comércio, por exemplo.

Como se pode notar ao longo do artigo, falamos de muitos aspectos dessa transição no tempo futuro. Isso porque hoje sabemos que a tecnologia ainda não evoluiu ao seu nível máximo de possibilidade. No entanto, é essencial ter em consideração que essa transição já está acontecendo e que não se pode perder tempo.

Além da necessidade de políticas públicas e fomento por parte do governo e da formação e capacitação de profissionais, esse grande passo também irá depender de uma nova postura por parte dos empreendedores e gestores da indústria.

Um dos pilares da instauração da Indústria 4.0 é o entendimento de que não será a mão de obra de baixo custo a gerar vantagens competitivas ao setor, mas, sim, as tecnologias de informação e automação. A evolução depende, portanto, de uma nova visão das operações e também de investimento em novas ferramentas que podem trazer uma maior otimização dos processos e, consequentemente, uma maior produtividade ao setor.

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