De que modo a tecnologia pode chegar ao campo para impactar ainda mais a produtividade do setor de forma positiva? A modernização agrícola sempre foi uma questão importante, com inovações tecnológicas produzindo mudanças significativas na cadeia. Porém, nos próximos anos, devemos ter uma aceleração no desenvolvimento tecnológico e impactos ainda maiores para o setor.
Evolução da agricultura e tecnologia
A recente transformação digital vem modificando de modo irreversível as formas de trabalho, o comércio e a indústria nos mais variados setores e irá continuar balançando as estruturas também no agronegócio.
Desde o século 18, o foco no campo vem sendo o aumento da produtividade – e, desde então, as evoluções nesse sentido só foram possíveis graças à tecnologia. Isso porque o sistema de produção passou a contar com instrumentos e recursos que foram fundamentais para que se chegasse às safras de hoje.
No Brasil, a mecanização das atividades agrícolas passou a ocorrer com força durante a década de 1950. Nesse contexto, maquinários, espécies melhoradas através de pesquisas e novos procedimentos técnicos, como o uso de defensivos, promoveram uma verdadeira revolução no setor.
Por que investir na modernização agrícola?
No atual cenário, a modernização agrícola continua tendo o mesmo propósito que teve lá no início. No entanto, o potencial produtivo e a “colheita” de quem investe em digitalização no campo promete ser ainda melhor com a chamada “agricultura 4.0”.
Hoje se sabe que é preciso produzir cada vez mais para se chegar ao suficiente para suprir as necessidades de uma população que, segundo estimativas das Nações Unidas, será de 9,8 bilhões de pessoas em 2050. As projeções para o agronegócio são, portanto, muito positivas – e as expectativas são ainda maiores quando são feitos os investimentos certos.
Atualmente, a tecnologia pode atuar das mais diferentes formas a serviço de quem produz. Assim como a “Indústria 4.0” representou a revolução pela digitalização de processos, no campo a inovação irá permitir que se coloque em prática uma gestão mais eficiente e otimizada.
A possibilidade de integração e conexão entre propriedades, processos, equipamentos e pessoas é parte dessa transformação. Com a digitalização, também já é possível ter acesso a informações para fundamentar a tomada de decisões estratégicas. Isso sem falar na economia de recursos e na redução de perdas que se tem quando há um maior controle no gerenciamento de todas as etapas da produção.
Onde investir para se tornar mais competitivo
Grande parte das soluções existentes hoje no mercado servem para auxiliar o gestor rural a acompanhar remotamente o andamento dos negócios. Além de maquinário automatizado e sistemas para gestão de insumos, também já é possível monitorar a plantação e outras partes da cadeia produtiva através de softwares no computador, tablet ou smartphone.
Robotização na agricultura
A irrigação inteligente, por exemplo, já é utilizada em larga escala nos Estados Unidos, em Israel e em alguns outros países. Esses sistemas permitem uma redução considerável no consumo de água nas lavouras.
Por enquanto ainda um pouco distante da realidade do campo – mas também nem tanto – é a utilização da robótica. Os avanços nesse âmbito tem sido bastante significativos. Além de robôs que transmitem informações sobre a lavoura, já existem dispositivos que reconhecem e “exterminam” ervas-daninhas, por exemplo.
Por outro lado, uma ferramenta que já vem sendo muito utilizada no Brasil são os robôs com sensores que têm a função de mapear as plantações e controlar o uso de insumos como defensivos e adubos. Os drones equipados com câmeras também vêm sendo usados no monitoramento e controle da produção no país.
Gestão financeira e apoio estratégico
A modernização agrícola também deu origem a plataformas digitais voltadas para a agricultura de precisão e a gestão agrofinanceira. O seu objetivo é aplicar técnicas de precisão combinadas com supervisão da lavoura e controle financeiro dos negócios.
Uma das grandes vantagens da digitalização no setor é, sem dúvida, a possibilidade de recolher dados referentes a vários aspectos da produção. Os sistemas de sensores em campo aliados a imagens de satélite, por exemplo, produzem um cruzamento de informações que reúne um material valioso que dá respaldo às decisões relativas à gestão agrícola.
Controle do combustível da frota
As tecnologias que estão expandindo a produtividade no campo não se limitam, portanto, a questões relativas à plantação em si, mas também a outras fases do processo. É o caso do SAAF (Sistema Automatizado de Abastecimento de Frotas).
A solução pioneira em controle de combustível no país garante economia e segurança através do monitoramento acurado do consumo. Além da identificação automática dos veículos, ela também é capaz de liberar o fluxo apenas para máquinas autorizadas e também realizar bloqueio automático de acordo com a capacidade do tanque ou a cota.
Além do abastecimento fixo, o SAAF também desenvolve um equipamento robusto para abastecimento móvel, facilitando as operações distantes da sede. O sistema ainda imprime tickets de controle e transmite dados através de interface USB, rádio 2.4 Ghz e GPRS/3G.
Otimização e produtividade em alta
Através de ferramentas desse tipo e assegurando altos índices de produtividade, a modernização agrícola já demonstrou que veio para ficar. Atualmente, cerca de 67% das propriedades do país usam algum tipo de tecnologia, segundo a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão. E a tendência é que essa porcentagem se amplie cada vez mais.
Pode-se afirmar hoje, sem nenhuma hesitação, que, além de essencial para a gestão do campo, a tecnologia é um dos trunfos para otimizar os processos e aproveitar todo o potencial do agronegócio.
