Infelizmente, não é novidade o grande peso das despesas logísticas no cenário brasileiro de negócios. Ao mesmo tempo em que é fundamental para a cadeia de distribuição de produtos, o transporte é o responsável pelo maior gasto das empresas. Sendo assim, a redução dos custos da frota é, sem dúvidas, um dos maiores desafios dos empreendedores tanto no setor agrícola quanto na indústria.
Há, como veremos, vários fatores envolvidos nessa conjuntura. No entanto, o que realmente tem preocupado bastante especialistas e gestores é o fato de que o custo logístico ficou proporcionalmente maior no recente período de crise.
Nesse contexto, diante da necessidade de continuar crescendo – ou pelo menos de manter a lucratividade -, a redução dos custos da frota se tornou uma necessidade para quem depende da movimentação de cargas no país.
Logística ficou mais cara nos últimos tempos no Brasil
Já há algum tempo, a logística não se resume mais apenas ao transporte de uma determinada quantidade de produto até um lugar tal em um prazo estabelecido. Contudo, por mais que hoje se entenda que esse conceito se refere a um complexo sistema, o transporte continua sendo um grande protagonista.
E isso não somente pela sua importância, mas pelo que ele representa no total de despesas de um empreendimento. Um estudo realizado recentemente pela Fundação Dom Cabral (FDC) mostrou que, de 2015 para 2017, os gastos com logística aumentaram de 11,73% para 12,37% do faturamento bruto de uma empresa.
Não parece muito, mas é alarmante se considerarmos dois pontos: em termos concretos isso significa R$ 15,5 bilhões a mais em dois anos; em países concorrentes esse percentual é bem menor (10% na China e 8,5% nos EUA).
A pesquisa “Custos Logísticos no Brasil” mostrou também que na estrutura desses gastos o transporte de longa distância é o fator mais oneroso. Ele representa 40,1% do total despendido, o que indica que a redução dos custos da frota é essencial para diminuir a despesa logística de forma geral. Apenas para se ter uma ideia, os outros itens representam uma porcentagem bem menor – distribuição urbana (23,4%) e estocagem (17,7%).
Transporte representa grande gasto para os negócios
Sem os transportes, as indústrias não conseguiriam produzir, não haveria comércio e os produtos essenciais não chegariam aos consumidores. No Brasil, porém, a circulação de mercadorias é muito cara devido a vários fatores.
A grande dependência do modal rodoviário, que representa mais de três quartos do total, é um deles. As condições precárias das estradas contribuem para o cenário, já que, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), elevam em 26,7% esses custos operacionais. A falta de investimentos relevantes em infraestrutura nas últimas décadas, portanto, também contribui para o aumento da despesa logística.
O combustível é outro fator determinante para esses elevados gastos. Em um país grande como o Brasil, as distâncias a serem percorridas são sempre muito longas, o que encarece muito o deslocamento. Além disso, também é necessário citar os efeitos negativos da alta do petróleo para o transporte de carga.
A Esalq/LOG observou, por exemplo, que em 2017 em uma rota de mil km, a parcela de gastos com combustível representou uma média de 38% da despesa total com o frete. O grupo de pesquisa, que analisou a movimentação da produção agrícola brasileira, constatou que esse foi o item com maior peso na cadeia de distribuição.
Redução dos custos da frota ajuda a diminuir despesa logística
Por todos esses motivos, o cenário que se desenha é bastante oneroso para o empreendedor. Não tendo domínio sobre as questões de infraestrutura e do preço dos combustíveis, o que está ao seu alcance é focar na redução dos custos da frota.
Contudo, por mais que o cenário seja bastante complexo, uma gestão focada em evitar gastos desnecessários e otimizar investimentos, no fim das contas, gera um grande impacto e tende a resultar em um aumento da produtividade e da lucratividade.
Com um gerenciamento inteligente de frotas, é possível diminuir as despesas sem prejudicar a logística e a qualidade do trabalho. Um dos pontos cruciais nesse sentido é a utilização da tecnologia, que se tornou uma grande aliada do gestor. Ela possibilita a otimização dos processos, evita a perda de tempo e ajuda a reduzir desperdícios.
Hoje em dia, existem softwares específicos para controlar o número de veículos, as suas condições, as despesas e a manutenção de cada item da frota. Isso facilita o planejamento estratégico e o aproveitamento dos recursos.
A escolha das rotas também é muito importante na redução dos custos da frota. Fatores como distância, trânsito, qualidade das estradas, riscos e gastos com pedágio precisam ser considerados ao definir os trajetos. Dessa forma, é possível cumprir prazos com rapidez e evitar atrasos, além de economizar combustível.
Controle do consumo de combustível é essencial
Por falar nisso, o controle do consumo de combustível também deve fazer parte de um plano de contenção de gastos e redução dos custos da frota. Como vimos, o combustível representa uma das maiores despesas do transporte e, por isso, o abastecimento precisa ser extremamente controlado.
Para economizar ao máximo e evitar gastos desnecessários, o gestor precisa ter conhecimento aprofundado sobre a relação consumo e quilometragem, além de armazenar todos registros de abastecimento. Atualmente, plataformas como o SAAF (Sistema Automatizado de Abastecimento de Frotas) permitem que se tenha o controle de cada gota de combustível.
A ferramenta desenvolvida pela IONICS não apenas diminui o risco de desvios e fraudes que trazem prejuízos ao negócio. Com o registro de todas as movimentações, ela também possibilita a identificação de gastos indevidos, como veículos com baixo rendimento, por exemplo.
Reduzindo custos em combustível e tendo uma gestão mais assertiva, além de diminuir os gastos com logística, é possível focar em medidas para ampliar a produtividade e os rendimentos. Isso significa que essas atitudes, a longo prazo, só trazem benefícios para os negócios.